No desenvolvimento de software, organizações frequentemente exploram frameworks e modelos como o Capability Maturity Model Integration (CMMI) e metodologias ágeis como Scrum e Kanban para alcançar eficiência e qualidade. Embora inicialmente distintos, integrar essas abordagens de forma harmoniosa pode maximizar os benefícios. Este artigo explora como CMMI e Agilidade coexistem e se complementam.
O Capability Maturity Model Integration (CMMI) é um modelo de maturidade amplamente usado para melhorar a eficiência dos processos de desenvolvimento e manutenção de software, baseado em melhores práticas de organizações líderes em diversos setores. Visa aprimorar a capacidade organizacional para gerenciar e controlar processos de software de forma sistemática.
Diferentemente das metodologias ágeis que, em sua essência, focam em indivíduos e interações para desenvolver soluções criativas, as práticas do CMMI abrangem várias áreas da engenharia de software e sua implementação conforme o nível de maturidade organizacional. A organização melhora gradualmente suas práticas à medida que avança nos níveis de maturidade.
Por outro lado, Scrum e Kanban metodologias ágeis conhecidas por sua flexibilidade, entrega contínua de valor ao cliente e adaptação contínua às mudanças. Scrum organiza o trabalho em iterações curtas (sprints), reuniões diárias (daily standups) e papéis definidos (Product Owner, Scrum Master e time de desenvolvimento). Kanban se baseia no fluxo contínuo de trabalho, limites de trabalho em progresso (WIP) e otimização do fluxo de valor.
Apesar das diferenças aparentes, CMMI e práticas ágeis têm vários pontos de convergência:
Tanto CMMI quanto práticas ágeis enfatizam a importância da qualidade do produto e a melhoria contínua dos processos. Práticas de Scrum como Review e Retrospectiva incentivam a equipe a potencializar boas práticas e evitar o que foi ruim, para buscar e registrar melhorias para serem implementadas em sprints futuras. Essas práticas estão totalmente alinhadas à área de prática PCM (Process Management) do CMMI.
O CMMI e Agilidade compartilham o foco no feedback iterativo para ajustes contínuos nos produtos e processos. Dentro do CMMI, práticas como Revisões por Pares (PR) e Integração do Produto (PI) são permeadas por métodos amplamente adotados no Agile, como revisões frequentes, refatoração, padrões de codificação, pull requests e análises automáticas de código por ferramentas como SonarQube. Essas práticas garantem um feedback ágil para as equipes sobre a qualidade do produto em tempo real.
Tanto o CMMI quanto as práticas ágeis reconhecem a importância do envolvimento do cliente ao longo do ciclo de desenvolvimento. Diversas áreas de práticas do CMMI, como RDM (Desenvolvimento e Gestão de Requisitos), VV (Verificação e Validação) e PI (Integração do Produto), enfatizam a revisão contínua dos produtos de trabalho, como Estórias de Usuário, Código-fonte e Software, seja pelo cliente ou pela equipe interna. Isso visa garantir que os produtos atendam aos padrões de qualidade da organização desenvolvedora e aos requisitos dos clientes.
Ambas promovem a transparência e visibilidade dos processos executados. O CMMI, através de áreas de prática como PLAN (Planejamento), MC (Monitoração e Controle) e PQA (Garantia da Qualidade do Processo), possui práticas que podem ser implementadas por práticas ágeis. Exemplos incluem gestão visual, quadro Kanban, Burndown, Cronograma de Release, Cronograma de Sprints, definições de “Pronto” (DoR) e definições de “Feito” (DoD), além de artefatos visuais e reuniões regulares.
Muitas organizações tentam implementar metodologias ágeis, mas frequentemente limitam-se a ciclos de sprints sem respeitar o conceito fundamental de time-box. Similarmente, outras adotam práticas do CMMI, resultando em uma quantidade excessiva de documentos para cumprir cada área de prática, seguindo um modelo sequencial que lembra o antigo cascata.
É crucial compreender que nem os métodos ágeis resolvem todas as questões de gestão de trabalho e pessoas, nem o CMMI segue um ciclo de vida tradicional. É fundamental assimilar os princípios e valores desses modelos como referências de boas práticas, não como processos prescritivos que podem ser adotados integralmente. Eles devem ser vistos como uma caixa de ferramentas, não uma receita pronta. O que funciona para uma organização pode não funcionar para outra.
Para integrar CMMI e Agilidade (Scrum e Kanban) de maneira eficaz, considere o seguinte:
Em resumo, CMMI e Agilidade abordam boas práticas de desenvolvimento de software de maneiras distintas, mas não são mutuamente exclusivos. Com um entendimento dos princípios de cada abordagem e esforço para integrá-los, as organizações podem criar um ambiente que aproveite o melhor de ambos: a disciplina do CMMI e a flexibilidade das práticas ágeis.
Essa integração não só melhora qualidade e eficiência dos processos, mas também fortalece a capacidade da organização de responder ágil e responsivamente às demandas do mercado.
Desde o diagnóstico até o acompanhamento da avaliação CMMI, a Promove possui especialistas com ampla expertise em Agilidade para conduzir sua empresa à alta performance nos processos. Entre em contato!
Nenhum comentário aprovado.
Deixe um comentário