Meus clientes e amigos da área me perguntam sempre: existe alguma dica de uma boa implementação ágil?
O que fazer primeiro? Minha estrutura permite usar alguma metodologia ágil? Preciso ter uma equipe experiente? Por onde começar? Posso usar em uma empresa que não é de TI?
Bom, como qualquer bom consultor, sempre respondo: depende. Por isso, enfatizo neste artigo as 3 dicas infalíveis que precisam ser iniciadas em quaisquer que sejam as características da sua implementação ágil.
Analisar a cultura da empresa e do time para avaliar que metodologia ágil é a mais indicada.
Avaliar o quanto a cultura da empresa permite uma cultura ágil. Isto não significa que agilidade não possa ser usada em culturas tradicionais.
Pode e dever ser, mas o mais adequado é começar com um Kanban, por exemplo, onde o processo atual é incluído no quadro com suas atividades buffer (atividades de espera) e todo o fluxo produtivo.
Desta forma podemos começar a identificar gargalos e melhorias. Não se esqueça de usar e abusar dos WIP (Work in Progress) nas raias do fluxo representado no KANBAN.
Esta prática é fundamental para estabelecer um bom sistema puxado, mas ajuste sempre que precisar, pois o WIP não pode nem deve ser estático.
Já o SCRUM, em minha opinião, por ser uma revolução positiva, deve ser iniciado em culturas mais favoráveis e deve ser implementado exatamente como manda o figurino: com todas as cerimônias, artefatos e papéis.
Se começar sem isso, possivelmente o time vai desanimar e não vai conseguir os resultados esperados.
Ah, e outra questão: o papel do Product Owner deve ser o do cliente mesmo. O Time e o Scrum Master podem ajudar, mas a aprovação final, a decisão do que deve ser incluído no Sprint Backlog deve ser do Cliente Product Owner.
Mas, eu gosto mesmo é do SCRUMBAN para projetos e o Lean KANBAN – com o sistema puxado para operação ou manutenção.
É possível também utilizar os indicadores do Scrum (Burn DownChart) e do KANBAN (Diagrama de Fluxo Cumulativo, análise dos defeitos).
E, além disso, a reunião Stop the Line (Kaizen) é fundamental para que as lições aprendidas (fracasso e sucesso) sejam espalhadas entre a equipe.
Errar é bom desde que isso seja compartilhado e seja do conhecimento de todos.
Depois de avaliar a cultura da empresa e decidir como começar, treine um Agile Coach e deixe que ele atue como o Scrum Master, quando for SCRUM ou SCRUMBAN, ou como Coach nos outros casos.
Caso tenha orçamento para treinamentos formais para toda a equipe e para contratar uma consultoria especializada para os primeiros projetos: vale a pena.
Aprender com os erros que outros já cometeram aceleram a implantação.
Mas, se o orçamento estiver apertado, deixe que o Agile Coach utilize as técnicas de facilitação e mentoria para que o Time possa amadurecer e se tornar auto gerenciável.
É imprescindível que você tenha alguém mantendo o time focado no objetivo do projeto, nas etapas do fluxo e no assunto das reuniões.
Um dia, quando o Agile Coach ficar invisível o Time puder andar sozinho, você terá uma equipe preparada para todos os tipos de desafios.
A terceira e última dica é: manter a motivação. Mesmo em times ágeis e focados, o trabalho pode ficar chato e, muitas vezes, a vida pessoal interfere no foco individual e, consequentemente no time.
Neste sentido, utilizar técnicas do próprio Management 3.0, design thinking e Gamification podem ajudar e muito a manter a motivação e o foco individual e do time.
O Mangement 3.0 possui técnicas e ferramentas que apoiam o conhecimento individual e do grupo.
Já o DISC nos ajuda a saber o que nos motiva e desmotiva de forma colaborativa, explorando os aspectos positivos de cada um.
Destaque pontos fortes e pontos de melhoria para melhorar a convivência do grupo. Use os “Kudos Cards” para presentear membros da equipe por sua colaboração ou seus feitos importantes para o grupo.
Outra ferramenta importante do Management 3.0 é o “Delegation Poker”, que pode nos ajudar a definir em que assuntos a equipe pode tomar decisões ou ainda não está madura suficiente para decidir.
Tudo isso de forma visível e clara, com respeito mútuo. Em um ambiente gostoso, onde a colaboração é vitoriosa, onde o outro é necessário e se faz necessário e onde as expectativas são conhecidas.
Utilize esta ferramenta para avaliar o desempenho pessoal de cada um e gerenciar expectativas entre o Gestor e o membro do seu time é algo imprescindível para a motivação.
E quem não gosta de ser feliz no trabalho? Os jogos de gestão e competições saudáveis estão tornando a vida no ambiente de trabalho mais leve e divertida.
Que tal simular uma competição com seus temas favoritos como: Star Wars, ROG, Pokemon GO, Familia Simpsons ou a construção de uma cidade?
E os pontos? Para que servem? Para ganhar benefícios. Além de trabalhar e jogar, posso ainda ganhar benefícios? Sim, esta é a ideia.
Com o Gamification, você cria um avatar, trabalha em projetos (quests) e conhece exatamente seus desafios (challenges), ganhando insígnias e moedas.
Além disso, ainda pode subir de níveis, por exemplo. Imagina chegar no trabalho e visualizar uma timeline com o que você tem que jogar hoje para ganhar moedas e chegar ao nível máximo do mês?
Outro fator importante em gamification é a possibilidade de usar os pontos para ganhar prêmios que não são financeiros.
O que você acharia de ganhar um voucher para o cinema, uma autorização para emendar um feriado ou um dia de folga?
Mas o mais essencial é a participação das pessoas é o engajamento vindo de todos os lados da pirâmide da sua empresa que vai tornar estas dicas fatores de sucesso.
Para um melhor aproveitamento do jogo, em cada uma destas etapas, envolva pessoas e formadores de opinião.
Desde a definição de que metodologias serão utilizadas até o story Telling do jogo. Envolva e engaje pessoas.
Pessoas com foco, engajadas e felizes são sempre mais produtivas.
Conheça mais sobre esta estratégia de motivação chamada gamification.
E aí? Gostou do artigo? Conte aqui nos comentários quais metodologias ágeis a sua empresa possui.
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