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Escrito por: Mariano Montoni

Quando: 10 de abril de 2025

Quais são os níveis de maturidade do MPS BR?

O Modelo de Melhoria de Processo de Software Brasileiro (MPS.BR), coordenado pela SOFTEX, é uma iniciativa nacional criada em dezembro de 2003, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), para aumentar a competitividade das empresas brasileiras, especialmente micro, pequenas e médias.

Com foco na melhoria contínua, o modelo é dividido em três vertentes principais:

  • MR-MPS-SW: Software
  • MR-MPS-SV: Serviços
  • MR-MPS-RH: Gestão de Pessoas

Com mais de 900 empresas avaliadas, das quais mais de 800 no MR-MPS-SW (Software), o modelo comprovadamente ajuda a melhorar processos internos, produtividade, desempenho e inovação tecnológica.

Este guia explora detalhadamente cada nível do MR-MPS-SW, seus processos específicos e os resultados que sua empresa pode esperar ao implementar esse modelo.

Base técnica do MPS BR

O MR-MPS-SW foi criado com base em normas e modelos internacionais que servem de referência para definir, avaliar e melhorar processos de software:

NBR ISO/IEC 12.207: É a norma internacional que define todo o ciclo de vida de um software, desde o planejamento até a descontinuidade. Ela descreve processos, atividades, tarefas e resultados esperados em cada fase do desenvolvimento. O MPS.BR utiliza essa estrutura e terminologia como base para definir seus próprios processos.

Família de Normas ISO/IEC 33000: Oferecem um modelo para medir e avaliar a maturidade e a capacidade dos processos, determinando como caracterizar e medir a execução e o desempenho dos processos em diferentes níveis. O MPS.BR usa essas diretrizes para estabelecer seus 7 níveis de maturidade e os critérios de avaliação.

CMMI-DEV® (Capability Maturity Model Integration – Development): É um modelo reconhecido mundialmente, que reúne as melhores práticas de desenvolvimento de produtos e serviços. O MPS BR para Software é compatível com o CMMI-DEV V3.0, permitindo que empresas possam integrar ou migrar práticas entre eles com facilidade.

Em resumo, o MPS.BR reúne:

  • A estrutura da ISO 12207 para definir processos.
  • O método de avaliação da ISO 33000 para medir capacidade e maturidade.
  • Compatibilidade com o CMMI para garantir boas práticas e reconhecimento internacional.

O resultado dessa combinação é um modelo flexível, progressivo e aderente às melhores práticas globais, mas adaptado à realidade das empresas brasileiras de diferentes portes.

Para saber mais detalhes sobre o MR-MPS-SW, consulte o Guia Geral de MPS para Software.

Quais os níveis de maturidade do MPS BR para Software?

O MR-MPS-SW é o modelo de referência de software baseado em níveis de maturidade, que são uma combinação entre Processos e sua Capacidade.

O Processo é caracterizado por seu propósito e seus resultados esperados. O resultado esperado do processo é atendido por meio de atividades e tarefas. Cada nível do modelo é atendido por um conjunto de processos a serem implementados.

A Capacidade do Processo representa o grau de refinamento e institucionalização com que o processo é executado na organização/unidade organizacional. Cada nível do modelo é atendido por um conjunto de capacidade de processo associado.

O MR-MPS-SW define 7 níveis de maturidade, apresentado abaixo do menor ao maior:

  • G – Parcialmente Gerenciado
  • F – Gerenciado
  • E – Parcialmente Definido
  • D – Definido
  • C – Totalmente Definido
  • B – Gerenciado Quantitativamente
  • A – Em otimização

Cada um dos níveis acima é composto por um conjunto de Processos de Projeto e Processos Organizacionais, bem como um conjunto de Capacidade de Processo. Os Processos e Capacidade de Processos do MR-MPS-SW são apresentados na figura abaixo.

Infográfico ilustrando os níveis de maturidade MPS-BR em gerenciamento de projetos, desde o nível parcial até otimização, destacando processos, controles e melhorias contínuas.

A seguir são apresentados, para cada nível, os propósitos dos processos, bem como a capacidade de processo conforme definido no Guia Geral MPS de Software. Confira!

Nível G: Parcialmente Gerenciado

O primeiro nível a ser implementado no modelo é o nível de maturidade G. Ele é composto pelos seguintes processos:

  • Gerência de Projetos
  • Engenharia de Requisitos
  • Capacitação

Neste nível a implementação deve atender a seguinte capacidade de processo:

  • Capacidade do Processo Nível G (CP-G) – A execução do processo é gerenciada: Um processo de capacidade  CP-G deve produzir os resultados definidos, bem como a execução do processo deve ser planejada e monitorada. Além disso, as pessoas devem estar preparadas para executar suas responsabilidades no processo.

Nível F: Gerenciado

O nível de maturidade F é o segundo nível do modelo, sendo aderente ao nível 2 do CMMI-DEV.

Esse nível é composto pelos processos do nível anterior e por mais nove processos:

  • Gerência de Projetos
  • Engenharia de Requisitos
  • Projeto e Construção do Produto
  • Integração do Produto
  • Verificação e Validação
  • Gerência de Configuração
  • Capacitação
  • Gerência Organizacional de Software
  • Gerência de Processos
  • Medição
  • Aquisição
  • Gerência de Decisões

Neste nível a implementação dos processos deve atender a capacidade dos níveis anteriores e à seguinte capacidade de processo:

  • Capacidade do Processo Nível F (CP-F) – A execução do processo e produtos de trabalhos são gerenciados: Um processo de capacidade  CP-F deve ter a capacidade CP-G e também deve realizar a verificação objetiva de que o processo é seguido, bem como assegurar que produtos de trabalho são também avaliados objetivamente em relação ao processo e padrões, registrando os resultados dessas avaliações e comunicando e resolvendo não conformidades.

Nível E: Parcialmente Definido

O nível de maturidade E é composto pelos processos dos níveis anteriores e pelos resultados evoluídos dos processos Capacitação, Gerência de Processos e Gerência Organizacional de Software:

  • Gerência de Projetos
  • Engenharia de Requisitos
  • Projeto e Construção do Produto
  • Integração do Produto
  • Verificação e Validação
  • Gerência de Configuração
  • Capacitação (evolução)
  • Gerência Organizacional de Software (evolução)
  • Gerência de Processos (evolução)
  • Medição
  • Aquisição
  • Gerência de Decisões

Neste nível a implementação dos processos deve atender a capacidade dos níveis anteriores e à seguinte capacidade de processo:

  • Capacidade do Processo Níveis E/D/C (CP-E/D/C) – O processo é definido: Um processo de capacidade  CP-E/D/C deve ter a capacidade CP-F e também deve identificar oportunidades de melhoria no processo durante as atividades de garantia da qualidade, bem como devem estar disponíveis para a organização informações relacionadas ao processo ou ativos de processo.

Nível D: Definido

O nível de maturidade D é composto pelos processos dos níveis anteriores e pelos resultados evoluídos dos processos Gerência de Projetos, Engenharia de Requisitos, Projeto e Construção do Produto, Integração do Produto e Verificação e Validação:

  • Gerência de Projetos (evolução)
  • Engenharia de Requisitos (evolução)
  • Projeto e Construção do Produto (evolução)
  • Integração do Produto (evolução)
  • Verificação e Validação (evolução)
  • Gerência de Configuração
  • Capacitação
  • Gerência Organizacional de Software
  • Gerência de Processos
  • Medição
  • Aquisição
  • Gerência de Decisões

Neste nível, a implementação dos processos deve atender às capacidades de processo dos níveis anteriores.

Nível C: Totalmente Definido

O nível de maturidade C é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores e pelos resultados evoluídos dos processos Medição, Aquisição e Gerência Organizacional de Software:

  • Gerência de Projetos
  • Engenharia de Requisitos
  • Projeto e Construção do Produto
  • Integração do Produto
  • Verificação e Validação
  • Gerência de Configuração
  • Capacitação
  • Gerência Organizacional de Software (evolução)
  • Gerência de Processos
  • Medição (evolução)
  • Aquisição (evolução)
  • Gerência de Decisões

Neste nível, a implementação dos processos deve atender às capacidades de processo dos níveis anteriores.

Nível B: Gerenciado Quantitativamente

O nível de maturidade B é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores e pelos resultados evoluídos dos processos Gerência de Projetos, Gerência Organizacional de Software, Gerência de Processos, Medição e Aquisição:

  • Gerência de Projetos (evolução)
  • Engenharia de Requisitos
  • Projeto e Construção do Produto
  • Integração do Produto
  • Verificação e Validação
  • Gerência de Configuração
  • Capacitação
  • Gerência Organizacional de Software (evolução)
  • Gerência de Processos (evolução)
  • Medição (evolução)
  • Aquisição (evolução)
  • Gerência de Decisões

Neste nível, a implementação dos processos deve atender a capacidade dos níveis anteriores e à seguinte capacidade de processo:

  • Capacidade do Processo Nível B (CP-B) – O processo é previsível: Um processo de capacidade  CP-B deve ter a capacidade CP-E/D/C e também deve utilizar técnicas estatísticas e outras técnicas quantitativas para determinar ou prever o alcance de objetivos de qualidade e de desempenho dos processos.

Nível A: Em Otimização

O nível de maturidade A é composto pelos processos dos níveis de maturidade anteriores e pelos resultados evoluídos dos processos Gerência de Projetos e Medição:

  • Gerência de Projetos (evolução)
  • Engenharia de Requisitos
  • Projeto e Construção do Produto
  • Integração do Produto
  • Verificação e Validação
  • Gerência de Configuração
  • Capacitação
  • Gerência Organizacional de Software
  • Gerência de Processos
  • Medição (evolução)
  • Aquisição
  • Gerência de Decisões

Neste nível a implementação dos processos deve atender a capacidade dos níveis anteriores e à seguinte capacidade de processo:

  • Capacidade do Processo Nível A (CP-A) – O processo é melhorado continuamente: Um processo de capacidade  CP-A deve ter a capacidade CP-B e também deve selecionar e implementar propostas de melhoria usando resultados da realização de análises estatísticas e quantitativa sobre efeitos esperados das propostas de melhoria para o alcance dos objetivos de negócio, qualidade e desempenho do processo.

O Modelo de Referência MR-MPS-SW está sendo implementado desde 2003, com inúmeros casos de sucesso.

Este modelo é compatível com o CMMI-DEV (Capability Maturity Model Integration) e prepara a organização para a internacionalização. Seu custo-benefício é excelente para empresas que desejam se tornar competitivas no mercado interno e externo.

Porém, elas enfrentam também muitos fracassos na implementação do MR-MPS-SW. Geralmente, esses fracassos estão relacionados a uma implementação by the book que, em vez de agregar valor, gera burocracias desnecessárias, emperrando o processo.

Um bom roadmap de implantação é iniciar com o nível G, que estrutura a empresa e já implementa os conceitos de gerenciamento de projetos e requisitos. As empresas iniciam o pensamento sistêmico de transformar requisitos em processos e atividades, preparando a base da pirâmide da maturidade organizacional.

Resultados concretos com a implementação do MPS BR

Utilizar o MPS-SW em seu negócio trará agilidade e resultados mais consistentes no desenvolvimento de sua empresa.

Em vez de depender da indefinição e incerteza nos diversos processos que fazem parte do desenvolvimento do seu negócio, você terá um modelo seguro a ser adotado e seguido que certamente poderá aprimorar o seu empreendimento.

Ao adotar essa metodologia e obter a certificação em sua empresa, os resultados a serem alcançados são mais que animadores. Algumas das consequências positivas dessa implementação e avaliação que poderíamos ressaltar são:

  • Melhora considerável na organização dos processos
  • Aumento da margem de lucro
  • Credibilidade da empresa
  • Garantia da entrega final com qualidade

Deseja saber mais sobre como adquirir a certificação MPS? Confira nosso e-book!

Comece a implementar o MPS BR na sua empresa

É preciso que você alinhe o seu negócio a cada uma das etapas requeridas e aos poucos consiga atender aos requisitos de cada processo. A implementação deve ocorrer gradualmente:

  1. Diagnóstico inicial para identificar pontos críticos.
  2. Planejamento com roadmap claro, iniciando pelo nível G.
  3. Implantação dos processos com monitoramento constante.
  4. Avaliações internas e auditorias externas para validação dos resultados.

Empresas de consultoria em TI podem ajudar nesse percurso, apontando os elementos que ainda precisam ser trabalhados na empresa para atingir essa excelência, bem como demonstrar qual a melhor forma de extrair os melhores resultados dessa metodologia.

A Promove é uma instituição certificada pela SOFTEX para avaliar e implementar o MPS BR para Software. Gostaria de implementar o modelo na sua empresa? Ficou com alguma dúvida? Entre em contato!

1. O que é o MPS BR?
O MPS BR (Melhoria de Processo do Software Brasileiro) é um programa criado pela Softex para promover a qualidade, inovação e competitividade de empresas de tecnologia no Brasil. Ele define modelos de referência para melhoria de processos em software, serviços e gestão de pessoas.
2. Quais são os modelos do MPS BR?
O MPS BR é composto por três modelos: MR-MPS-SW (Software), MR-MPS-SV (Serviços) e MR-MPS-RH (Gestão de Pessoas).
3. O que é o MR-MPS-SW?
É o modelo do MPS BR voltado à melhoria dos processos de desenvolvimento de software, baseado nas normas ISO/IEC 12207, ISO/IEC 33020 e no modelo CMMI-DEV.
4. Quais são os 7 níveis de maturidade do MPS BR?
G – Parcialmente Gerenciado, F – Gerenciado, E – Parcialmente Definido, D – Definido, C – Totalmente Definido, B – Gerenciado Quantitativamente, A – Em Otimização.
5. Qual a diferença entre processo e capacidade no MPS BR?
Processos são conjuntos de atividades com objetivos específicos. Capacidade é o grau de maturidade e institucionalização desses processos dentro da organização.
6. O MPS BR é compatível com o CMMI?
Sim. O MPS BR é compatível com o modelo CMMI-DEV e compartilha diversos princípios de melhoria de processos.
7. Quais são os benefícios do MPS BR?
Organização de processos, maior qualidade, previsibilidade, credibilidade e redução de custos e retrabalho.
8. Como funciona a avaliação do MPS BR?
A avaliação verifica se a empresa está aderente aos processos e capacidades exigidos em cada nível de maturidade, conduzida por instituições licenciadas pela Softex.
9. Quanto tempo leva para implementar o MPS BR?
De 6 a 12 meses em média, dependendo do nível inicial e dos recursos da empresa.
10. Qual nível do MPS BR devo buscar primeiro?
O ideal é começar pelo Nível G, que estrutura a base com Gerência de Projetos e Engenharia de Requisitos.
11. A certificação MPS BR vale para empresas públicas?
Sim. A certificação é reconhecida por órgãos públicos como Anatel, Anvisa, TSE e outros.
12. O que acontece com uma implantação by the book?
Torna os processos burocráticos e ineficazes. O ideal é adaptar o modelo à realidade da empresa.
13. Como o MPS BR melhora a gestão de processos?
Aumenta a previsibilidade, padroniza atividades, reduz falhas e promove a melhoria contínua com base em dados.
14. Como implementar o MPS BR?
Por meio de um roadmap estruturado, com apoio de consultorias especializadas, como a Promove, que oferece diagnóstico, capacitação e acompanhamento até a avaliação.
15. Quem pode ajudar a implementar o MPS BR?
A Promove é licenciada pela Softex e tem experiência em mais de 150 avaliações MPS. Atua com metodologia prática e foco em resultados reais.


Mariano Montoni

Possui mais de 20 anos de experiência em impulsionar a excelência nos processos de empresas de tecnologia, realizando mais de 150 avaliações oficiais nos modelos CMMI e MPS.BR.

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