O Technology Readiness Level (TRL), criado pela NASA nos anos 1970, é uma escala usada mundialmente por agências e instituições para classificar tecnologias em diferentes estágios de maturidade tecnológica.
Ele se baseia em evidências de testes, análises e validações que demonstram em que ponto uma tecnologia se encontra no ciclo de vida desde a pesquisa até a implementação.
Além da NASA, uma das principais entidades que adaptaram e difundiram o TRL foi a FHWA (Federal Highway Administration), agência do Departamento de Transporte dos Estados Unidos responsável por políticas, pesquisa e inovação em infraestrutura rodoviária. Desde então, o modelo se consolidou como referência internacional, utilizado em setores como transporte, defesa, energia, saúde e aeroespacial.
Segundo a NASA e a FHWA, os níveis do Technology Readiness Level são organizados da seguinte forma:
A progressão é sequencial, ou seja, para que uma tecnologia avance, deve atender a todos os requisitos do nível atual e dos anteriores.
Segundo o guia da FHWA (Administração Federal de Autoestradas dos EUA), o TRL ajuda a:
O TRL Assessment é a metodologia formal para atribuir um nível a uma tecnologia e de acordo com o guia da FHWA, esse processo envolve:
Embora o TRL seja amplamente aceito, pesquisadores destacam que sua aplicação é tecnologia-cêntrica, ou seja, foca apenas no desenvolvimento técnico.
No artigo Technology Readiness Level as the Foundation of Human Readiness Level (acesse aqui), aponta-se que o TRL não considera a prontidão da tecnologia para ser utilizada por humanos.
Falhas em setores como nuclear, aviação e cibersegurança mostram que a maioria dos acidentes decorre de fatores humanos. Para enfrentar essa lacuna, foi criado o conceito de Human Readiness Level (HRL), inspirado na estrutura do TRL, mas voltado para medir a usabilidade, segurança e satisfação do usuário.
Assim como o TRL possui nove níveis, o HRL também é estruturado em etapas que avaliam desde o entendimento inicial do cenário de uso humano até a validação da tecnologia em operação com usuários reais.
A FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais) é um excelente exemplo no Brasil do uso de TRL em editais de inovação. Em seus chamamentos, como o Deep Tech MG (2025), a FAPEMIG exige que startups submetam tecnologias com TRL 6 ou superior para serem elegíveis ou terem prioridade.
Por que isso? Significa que a tecnologia já foi testada em ambiente relevante, não só em laboratório, mas em condições próximas da realidade que o usuário enfrentará. Isso diminui riscos para a fundação e para o empreendedor.
Assim, a FAPEMIG filtra projetos que já demonstraram capacidade técnica além do laboratório e focam em iniciativas com chance real de escala, mercado e impacto social.
O Technology Readiness Level (TRL) é hoje uma das ferramentas utilizadas para avaliar a maturidade tecnológica em setores como transporte, defesa, energia, saúde e aeroespacial. Ele fornece uma linguagem comum para comparar projetos, entender riscos de desenvolvimento e orientar investimentos.
No entanto, como demonstram estudos recentes, sua aplicação isolada não garante sucesso no uso real. A evolução para conceitos complementares, como o Human Readiness Level (HRL), reforça a necessidade de considerar o fator humano em todas as etapas de pesquisa e inovação, especialmente em projetos que buscam escala e impacto real.
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