Durante os últimos anos, muito se falou sobre DevOps, agilidade, automação, velocidade e entregas contínuas. Ainda assim, muitas organizações estão estagnadas em níveis baixo e médio de maturidade. O que está faltando para conseguir melhorar?
A realidade é que, mesmo com boas intenções, times continuam enfrentando altos níveis de retrabalho, entregas com falhas, processos manuais, pouca rastreabilidade e um sentimento de frustração coletiva.
Então, o que está faltando?
A resposta pode não estar nas linguagens de desenvolvimento, nem nas cerimônias, mas em algo menos visível, mais técnico e absolutamente essencial: a Engenharia de Plataforma.
Neste artigo, vamos falar sobre insights da nossa diretora executiva, Analia Irigoyen, com mais de 30 anos de vivência prática em engenharia de software e melhoria de processos. Aqui, explicaremos por que a Engenharia de Plataforma é o alicerce silencioso que sustenta organizações de alta performance.
Engenharia de Plataforma é a disciplina que constrói e mantém a base técnica e organizacional que permite aos times de produto entregar software com qualidade, segurança e frequência.
Não estamos falando de “mais uma stack”, nem de um novo modismo. Estamos falando de:
Engenharia de Plataforma é o que permite que o desenvolvimento de software e todo o seu ciclo de vida, incluindo a gestão, aconteçam com fluidez.
Porque a maioria das organizações não consegue sustentar DevOps em escala. Segundo dados recentes do relatório State of DevOps, menos de 10% das empresas operam em níveis de elite em termos de entrega contínua. O restante ainda convive com:
Isso acontece porque não existe uma fundação bem construída. É preciso um elo entre cultura, fluxo e tecnologia.
É importante lembrar que DevOps não se trata de uma única iniciativa. É uma jornada contínua, que exige visão sistêmica e fundação sólida, como mostra o modelo abaixo:
Baseando-se em modelos como o do puppet.com e experiências reais com clientes, a jornada de implantação da Engenharia de Plataforma pode ser dividida em cinco estágios:
Nesta etapa, o foco é mapear processos, identificar gargalos e estruturar os fluxos de valor. Isso envolve:
Um exemplo prático: em um cliente que atendemos, ao mensurar o tempo das tarefas em espera, descobrimos que o gargalo não estava na execução em si, mas na espera por aprovação. Esse dado mostrou um ponto crítico invisível no fluxo e evitou que a automação fosse direcionada para o lugar errado. Sem identificar esse problema, automatizar seria um “tiro no escuro”.
“Você não pode automatizar o que você não entende.” — Analia Irigoyen, Diretora Executiva da Promove
Essa fase busca trazer consistência aos fluxos e práticas. Aqui, já começamos a sentir melhora: menos erros, mais previsibilidade, menos atritos entre times.
Avançamos agora para:
Em um caso real, apenas a padronização da estratégia de branching e das regras de revisão de código reduziu o tempo médio de deploy de 30 dias para apenas 10. Encontrar erros antes do cliente ou das fases finais de entrega garantem um tempo de entrega menor.
Neste ponto, a Engenharia de Plataforma já começa a ser escalada:
Um dos maiores ganhos nessa fase é a qualidade de vida. Os times param de depender de “heróis”, os deploys deixam de ser traumáticos e os ambientes passam a ser mais padronizados e confiáveis.
Por exemplo, em um de nossos clientes, o tempo médio de deploy que antes levava mais de uma hora, com alto risco de falhas de segurança, passou a levar 5 minutos, com controle total de rastreabilidade, segurança e rollback.
E sim, leva tempo. Em média, uma organização pode levar mais de cinco anos para a plataforma alcançar performance organizacional robusta. Trocar ferramentas não resolve. É preciso estruturar a base.
E sabendo disso, uma organização troca de ferramentas constantemente, mas às vezes o problema não é a ferramenta, certo? É necessário parar, analisar e entender o que está sendo feito de forma insuficiente ou desalinhada. Por isso, a Engenharia de Plataforma deve ser encarada como uma jornada, e não como um projeto.
“Não precisa consertar tudo. Comece com o novo. Coloque qualidade no sangue, aos poucos.” — Analia Irigoyen, Diretora Executiva da Promove
Fazemos questão de resgatar boas práticas de modelos como CMMI, Disciplined Agile (DA) e ISO 9001. Eles não se resumem em documentação. Esses modelos devem ser um exemplo do que precisa existir, adaptá-lo às carências da sua organização é o ponto-chave para saber o que se deve fazer. A base para isso é:
E sim, tudo isso pode (e deve) ser automatizado. Com rastreabilidade. Com logs. Com pipelines.
Baseando-se também no Disciplined Agile Delivery (PMI), podemos ver a importância de papéis como (https://www.pmi.org/disciplined-agile/lifecycle/):
Organizações não devem terceirizar toda a responsabilidade da plataforma. Elas devem compartilhar uma noção do que está sendo realizado, participando ativamente das decisões e construções ao longo da jornada.
Engenharia de Plataforma é DevOps, é o que conecta seus princípios: agilidade e segurança, cultura e automação. É uma construção paciente, fundamentada, feita com tentativa, erro, aprendizado e persistência.
Se você busca entregas frequentes, seguras e sustentáveis, o caminho começa na base. “A fundação vem antes da automação. DevOps sem engenharia é só esperança.” — Analia Irigoyen, Diretora Executiva da Promove
Se quiser se aprofundar mais no assunto, assista abaixo o webinar apresentado por Analia Irigoyen:
Nossa equipe está pronta para apoiar a melhoria da produtividade das equipes, a segurança dos processos e a qualidade das entregas da sua empresa.
Vamos conversar? Entre em contato.
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