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Escrito por: Promove

Quando: 17 de setembro de 2025

Métricas, Cultura e Engenharia de Plataforma: a tríade para um CI/CD eficiente

Apesar da popularização do DevOps e do uso cada vez mais difundido das práticas de CI/CD, muitas organizações continuam estagnadas em níveis baixos de maturidade.

Lead times altos, baixa frequência de deploys e entregas sem previsibilidade continuam, mesmo após investimentos em automação. O que está impedindo a evolução?

Neste artigo, resumimos os principais pontos do webinar apresentado por Analia Irigoyen, sócia  da Promove com mais de 30 anos de experiência em engenharia de software, DevOps e melhoria de processos. Com base em sua atuação direta com clientes e estudos de benchmark como o DORA Accelerate State of DevOps Report 2024, Analia identifica as causas mais comuns dessa estagnação e indica caminhos práticos para superá-las.

A importância de um CI/CD bem estruturado

Para entender o papel do CI/CD em operações modernas de engenharia de software, é preciso diferenciar os termos:

Continuous Integration (CI) → Integração Contínua: automatiza o processo de integração de código, garantindo que novos commits sejam testados, validados e integrados com frequência. Isso reduz erros, acelera o feedback e promove estabilidade desde os primeiros estágios do ciclo de vida do software.

CD pode significar duas coisas, dependendo do contexto:

Continuous Delivery (CD) → Entrega Contínua: automatiza o empacotamento e a disponibilização de versões prontas para produção. No entanto, o deploy final ainda depende de acionamento manual, garantindo maior controle em ambientes mais críticos.

Continuous Deployment (CD) → Implantação Contínua: vai além da entrega, automatizando todo o fluxo até a publicação em produção, sem intervenção humana. Essa abordagem exige níveis avançados de maturidade técnica e de controle de qualidade.

Como resume Analia: “Não é fazer CI/CD só por fazer. É pensar: o que está sendo integrado? O que está sendo monitorado? O que está sendo controlado? […] CI/CD é um processo de engenharia. Não é só sobre fazer rápido. É sobre fazer com rastreabilidade, com previsibilidade e com segurança.

Ferramenta não é solução mágica

Muitas organizações acreditam que implantar  ferramentas resolve todos os problemas. “Às vezes, a gente acha que a ferramenta vai resolver tudo. E a ferramenta, às vezes, piora tudo. Porque acelera a implantação de um código   com vulnerabilidades , sem qualidade, sem testes adequado”, aponta Analia.

Um erro muito comum é o uso precipitado e desestruturado das ferramentas de automação. Muitas organizações investem em pipelines, scripts e plataformas sem saber exatamente o que estão tentando resolver. O problema, portanto, não é técnico. É de processo. Ferramentas sofisticadas não substituem processos mal definidos ou uma cultura de qualidade ausente

Ausência de métricas

A primeira barreira é a falta de visibilidade. Se não há medição, não é possível controlar.

É por isso que um dos primeiros passos na jornada DevOps é medir com clareza os indicadores fundamentais: lead time, taxa de falha, tempo médio de recuperação (MTTR) e frequência de deploy. Sem esses dados, decisões sobre o que automatizar ou priorizar ficam no escuro.

DevOps é mais que CI/CD 

DevOps é frequentemente confundido com práticas técnicas isoladas, mas suas raízes estão no Extreme Programming (XP) que envolve: pequenos lotes, ritmo sustentável, qualidade contínua,  revisão por pares e colaboração. Qualidade é o mais importante sempre!

DevOps é sobre cultura, colaboração e olhar para o ciclo de vida completo: do requisito à entrega e operação. Se a cultura não estiver alinhada, trocar de ferramenta não resolve.

A armadilha da automação sem valor

Automatizar por automatizar é uma armadilha para a frustração. Um exemplo citado por Analia é o uso precipitado de ferramentas como o SonarQube: rodar análise de código sem plano de ação, as equipes acabam se sobrecarregando e não sabem por onde começar.

Automatize com critério, seja módulos novos ou áreas críticas ou começar pelas vulnerabilidades mais críticas  e faça o time entender o porquê de cada automação ou cada ajuste. Quando as pessoas sabem o motivo, fica mais fácil disseminar  uma cultura de qualidade.

Engenharia de Plataforma: um caminho para evoluir

Engenharia de plataforma é criar soluções que personalizem o uso das ferramentas, melhorem a vida do desenvolvedor e agreguem valor ao negócio. Ter componentes reutilizáveis, acelerar a produtividade com bibliotecas e catálogos, ter times responsáveis pelas ferramentas e que pensem o sistema como um todo.

O trabalho começa nos times e se amplia para a organização, é uma transformação que leva tempo: normalmente mais de cinco anos até alcançar uma performance organizacional estável.

Métricas, padronização e comunicação entre times

Boa parte das empresas não sabe responder a essas perguntas: 

“Quanto tempo leva para uma demanda sair do backlog e ser entregue? Em qual etapa estamos perdendo mais tempo? Qual a causa raiz das falhas e dos gargalos?”

Sem essas respostas, o processo de automação se torna errático e as trocas constantes de ferramentas agravam o problema. Para que a engenharia de plataforma funcione, é preciso:

  • Ter clareza sobre os gargalos do ciclo de vida: medir quanto tempo leva em cada etapa, observar métricas como lead time, taxa de falhas, tempo de recuperação e frequência de deploys são fundamentais para entender onde estão os gargalos mais críticos;
  • Padronizar processos e ferramentas: padronizar o que é  possível e adaptar conforme o contexto, desde o upstream até as o uso das ferramentas , para facilitar a troca entre os times;
  • Fomentar pares entre devs e operações: a integração contínua e a entrega contínua são feitas por pares que criam  ambientes, integram código  e implantam na nuvem ou on-premise.

Pequenos lotes e foco em valor agregado

A eficácia do CI/CD está na automação em conjunto à cultura, aos processos e à estratégia da organização. Lembre-se dos princípios do XP: ciclos curtos, cliente próximo, foco no que gera mais valor.

O que é preciso entender, sobretudo, é que em um cenário em que ferramentas se multiplicam, mas os resultados permanecem os mesmos, é fundamental lembrar que maturidade operacional se constrói.

A eficácia do CI/CD está na automação em conjunto à cultura, aos processos e à estratégia da organização. DevOps não é um pedaço isolado, e sim um sistema que depende de ritmo sustentável, colaboração entre áreas, decisões orientadas por valor e compromisso com a engenharia de software.

Se quiser se aprofundar mais no assunto, assista abaixo o webinar apresentado por Analia Irigoyen:



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Promove

A Promove é especializada em consultoria para fábricas de software, com foco na Implementação de Cultura Ágil, conformidade com normas ISO, LGPD, e modelos de qualidade CMMI e MPS.

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