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Escrito por: Rafael Rodrigues

Quando: 14 de agosto de 2017

Quer agilidade? Conheça as 7 principais características ágeis do Scrum

Ter agilidade significa possuir/dominar os métodos ágeis – principalmente o Scrum, que é o mais adotado. Esta estratégia possui princípios diferentes das práticas clássicas das metodologias tradicionais.  As 7 principais, e suas diferenças com as características tradicionais, são:

 

1. Iterações curtas, de 1 a 4 semanas, com entregáveis em todas as iterações

 Ao contrário de longos períodos de desenvolvimento, com um grande entregável no final, os métodos ágeis trabalham com pequenas iterações, normalmente de 2 semanas, onde são disponibilizadas no fim de cada uma delas um entregável com funcionalidades de grande valor ao cliente.

Essas iterações curtas evitam que seja desenvolvido algo que o cliente não quer e motiva sua interação com a equipe de desenvolvimento.

 

2. Times pequenos, multidisciplinares e autogerenciáveis

Diferente de projetos tradicionais, que utilizam equipes grandes com funções bem divididas, hierarquias e gerências rigorosas, os projetos ágeis limitam seus times em 7~9 pessoas.

Nesses times, existem desde desenvolvedores, testadores, analistas de requisito até designers. Porém, não há um gerente de projetos. Mas por que não? Os times são autogerenciáveis, estimam seu próprio trabalho e são ajudados pelo scrum master. A cobrança passa a ser intrínseca (a própria pessoa se cobrando), e não extrínseca (vinda de um superior).

 

3. Foco na entrega de valor para o cliente

O foco do projeto muda em projetos ágeis. Tradicionalmente, a entrega deveria consistir no que está especificado no documento, independentemente se aquilo ainda é o que interessa para o cliente. Nos métodos ágeis, o foco passa a ser as funcionalidades que agreguem mais valor ao cliente.

Devem ser priorizadas as funcionalidades mais importantes para o cliente, e essas são as primeiras a ser entregues. Dessa forma, o cliente já recebe produto de grande valor ainda no desenvolvimento do sistema, sendo possível ter um ROI (return on investment) mesmo antes de o projeto estar concluído.

 

4. Mudanças são bem-vindas e esperadas

Em projetos tradicionais, o escopo é fechado e completamente definido e acordado no início do projeto. Caso seja necessário mudar algum item do escopo, como um novo requisito ou regra de negócio, há a necessidade de fazer uma reavaliação do contrato, considerando aditivos a esse contrato para que possam ser incluídas as alterações.

Esse procedimento é lento, difícil, caro e burocrático. Então, os autores das metodologias ágeis perceberam que os clientes quase sempre querem fazer mudanças, porque é praticamente impossível saber tudo o que eles querem no início do desenvolvimento. Além disso, as condições do mercado costumam mudar (novos concorrentes, novas leis…), o que motiva ainda mais as mudanças.

Logo, percebeu-se que é importante criar alguma forma de facilitar as mudanças, porque absorver as mudanças prontamente será mais barato e mais rápido do que ter que tratá-las no final do projeto, o que pode fazer o lucro simplesmente desaparecer.

 

5. O escopo é flexível e o tempo passa a ser fixo (timebox)

Metodologias clássicas trabalham com o escopo fechado, e o tempo (que deveria ser fixo) varia para comportar todo o escopo, que deve obrigatoriamente ser todo desenvolvido. Isso gera atrasos e possíveis gastos extras para o projeto. Métodos ágeis mudam isso fixando o TEMPO, ao invés do escopo.

O escopo passa a ser flexível. O projeto tem um período fixo para ser feito, com N iterações ocorrendo dentro desse período. O escopo de cada iteração vai sendo definido e refinado com o passar do tempo, e o melhor software, com as funcionalidades de maior valor, serão entregues no prazo acordado.

Se algo ficar de fora, serão as funcionalidades de menor valor. Cabe então ao cliente avaliar se vale a pena estender o projeto para desenvolver o que faltou ou se já pode encerrar o projeto.

 

6. Necessário constante e envolvimento do cliente

Nos projetos tradicionais, a interação com o cliente é muito reduzida. Normalmente, ele aparece no início, quando são levantados os requisitos, durante o projeto para pontuais aprovações de documentos, e no final, quando vai receber a entrega do produto construído.

Como é possível perceber a partir dos princípios anteriores, nos métodos ágeis a participação constante do cliente é fundamental. Ele precisa participar da priorização das histórias (requisitos), precisa dar feedback sobre a entrega realizada, precisa informar mudanças e participar de reuniões de revisão periódicas, dentre outras atividades.

 

7. Visibilidade e previsibilidade do trabalho do time

A individualidade é uma característica comum em metodologias tradicionais. É difícil saber no que o colega de equipe está trabalhando, em quanto tempo ele vai terminar, se ele precisa de ajuda, ou até mesmo se ele está conseguindo trabalhar adequadamente.

Isso vem como consequência das longas entregas e das hierarquias rigorosas. Contudo, a forma de trabalho ágil modifica toda essa dinâmica. As reuniões diárias favorecem a comunicação do time, deixando claro em que cada pessoa está trabalhando, criando interação entre a equipe e gerando uma cobrança pessoal muito benéfica.

Com os quadros ágeis, onde cada tarefa é um post-it em algum statusto do, doing e done, fica fácil ver quem está trabalhando em que, onde estão os gargalos e a previsão de conclusão das tarefas da iteração.

 

 

Sabemos que mudar a forma de trabalho de uma equipe ou empresa é difícil. Muitas vezes isso está atrelado ao contrato estabelecido, porém é possível implementar gradualmente as dicas citadas e ir mudando aos poucos a dinâmica de trabalho do time.

Os ganhos vão ser tão grandes que vai ser difícil voltar ao que era antes, e o caminho da agilidade vai começar a se abrir! Não deixe de ler nossos posts sobre agilidade e aumento de produtividade das equipes.

E você? Há quanto tempo usa métodos ágeis em seu time? Conseguiu notar diferenças? Aposto que sim! Conte-nos sua experiência nos comentários!

Rafael Rodrigues

Consultor da ProMove desde 2013, Rafael é Black Belt Lean Six-Sigma, especialista em mapeamento e melhoria de processos, implementação de ferramentas, Métodos Ágeis e Segurança da Informação. Também é auditor interno e realiza treinamentos em ISO 27001. Participa de implementações e avaliações CMMI há mais de 9 anos, além de ser implementador do modelo MPS.BR.

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